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O PT, em Santa Maria, não existe mais

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Charles Guerra (Arquivo Diário)

Santa Maria já foi um reduto petista. Foi, passado. O fato é que hoje o país, e o sul do Estado, vivem tempos de extremos: um culto ao "mito" e às incongruências mentais e de falas de Bolsonaro e derivados. Agora, mais um pleito se aproxima. E as eleições municipais são, historicamente, acirradas, disputadas. Até porque é na municipalidade que se dá a vida do cidadão, do contribuinte. É, por exemplo, na Rua Venâncio Aires que o eleitor pode ir cobrar por uma serviço não prestado, seja ao prefeito ou a um secretário. É também na Rua Vale Machado que há a chance de verificar a eficiência dos vereadores. 

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Então, por tudo isso, que o 2020 será mais uma eleição única e imprevisível. O papel das redes sociais, cada vez mais crescente e que dá voz aos eleitores e canal direto com os prefeituráveis, é um ganho à sociedade. Ou seja, candidatos menos fictícios. Algo, até então, comum em peças publicitárias. Mas o que quero dizer é que a tendência, para o ano que vem, é a possibilidade de uma eleição polarizada entre quem tem a máquina e o poder nas mãos - o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) - e um nome fora dos quadros do PT.

O Partido dos Trabalhadores, em Santa Maria, virou um cipoal que nem os próprios petistas são capazes de cruzar. O único nome com ascendência - fora da seita do petismo - é o do deputado estadual Valdeci Oliveira, o primeiro prefeito reeleito da história da cidade. Aliás, em 2016, quando Santa Maria teve pela primeira vez uma disputa em segundo turno, Valdeci perdeu para Pozzobom por apenas 226 votos. 

O PT teria em Valdeci - por ser um nome agregador e muito pela pessoa dele e que se descola dos desgastes do partido - a chance de levar o pleito do ano que vem. O que foi sepultado pelo próprio PT. A sigla, em passado recente, já viu que vereadores (em mandato) alçados à condição de prefeiturável não têm fôlego para fazer frente a outras candidaturas.  

Petistas se agarram à crença de que, historicamente, eles sempre levam cerca de 30% dos votos válidos. Mas isso foi no passado. Valdeci até pode pedir votos, mas não levará. O eleitorado do petista votará até em um poste se for a ordem do partido. Mas o eleitorado com penso e sem cores partidárias vota em Valdeci por ele. Porém, não em outros nomes.

Pozzobom, ao que tudo indica, por ter a máquina nas mãos e por estar com uma frente de trabalho nas ruas, é o candidato natural a decidir quem comandará Santa Maria de 2021 a 2024. Agora, resta saber quem estará do outro lado. São duas as possibilidades: um outsider (um arrasa-quarteirão) ou, ainda, um quadro da extrema direita que tente surfar no que resta da onda do bolsonarismo. 

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Marcelo Martins